Técnico-Coordenativo. Categoria Mirim. Sessão 1

Aqui iniciaremos nosso trabalho de forma de umas sessões, diversos conteúdos inseridos num Microciclo para uma categoria mais jovem.

Nesta ocasião, a nossa semana de treino para jovens jogadores de futebol irá girar em torno do desenvolvimento e trabalho das competências perceptivo-motoras, utilizando o futebol como ferramenta, e com o objetivo de tornar o nosso jogador um atleta mais “HABILITADO”, ou seja, capaz de se adaptar às diferentes necessidades de coordenação do jogo e de facilitar a sua futura integração nos diferentes esquemas táticos.

O trabalho que propomos incluirá tarefas de complexidade variável nas quais combinaremos o trabalho específico do futebol, com o do desenvolvimento das habilidades perceptivo-motoras mais importantes e influentes neste esporte (coordenação, esquema corporal, equilíbrio, propriocepção.etc.).

Faremos isso combinando com tarefas nas quais, além do trabalho perceptivo-coordenativo, será intrínseco o trabalho técnico específico. Esses dois conteúdos, por suas características e exigências biomecânicas, neuromusculares e bioenergéticas, devem ser sempre incluídos nas primeiras partes das sessões. Além disso, devem ser desenvolvidos e tratados com especial importância nas fases iniciais do processo de formação de um jogador, uma vez que estamos em um período ótimo para o seu desenvolvimento, e eles marcarão profundamente o potencial do nosso futebolista.

Daremos especial relevância à estrutura da sessão, de forma que, embora não seja de vital importância para os nossos jovens futebolistas, é importante que eles se familiarizem com as diferentes partes de um treino e o objetivo e desenvolvimento que cada um deles implicam. No final, nosso trabalho deve estar sempre focado, além de aprimorar as qualidades e habilidades atuais do nosso jogador, para criar hábitos que o ajudem a superar etapas no futuro processo de treinamento.

CARACTERÍSTICAS PSICO-FÍSICAS NA CRIANÇA. MIRIM:

  • CRESCIMENTO CORPORAL INTENSO.
  • NÃO MANTÉM A ATENÇÃO POR MUITO TEMPO.
  • MUDANÇA RAPIDAMENTE DE GOSTOS.
  • PREFERE OS JOGOS INDIVIDUAIS, VOCÊ NÃO GOSTA DE PERDER.
  • CRIANÇAS MUITO UNIDAS COM A FAMÍLIA.
  • FISIOLOGICAMENTE MELHOR PREPARADO PARA RESISTIR A ALTOS VOLUMES DE TRABALHO E NÃO TANTO PARA ALTAS INTENSIDADES.
  • A COMPETIÇÃO É A SUA GRANDE MOTIVAÇÃO.
  • TENHA GRANDE FLEXIBILIDADE MUSCULAR E ELASTICIDADE.

ATIVIDADE DE FUTEBOL:

·         Não devemos esquecer que o tempo que a criança fica atenta é geralmente curto e que o nosso principal objetivo estrutural dentro da sessão não deve ser outro que aproveitar ao máximo o tempo útil da sessão. Para fazer isso, devemos apresentar tarefas variadas, curtas e simples. Tentaremos que em nossa dinâmica de trabalho não haja muitos tempos mortos, crianças desempregadas ou exercícios que possam levar a uma perda de continuidade da sessão. Desta forma, garantiremos o dinamismo, a diversão e a atenção dos nossos alunos.

·         Mesmo no caso de crianças pequenas, nas quais a aprendizagem técnica específica deve ser o nosso foco principal de atenção, não negligenciaremos o conteúdo tático que ela implica e que, acima de tudo, implicará a prática deste esporte em idades futuras. Por isso, iremos propor tarefas abertas, nas quais, sem enfatizá-lo, causamos situações em que a criança se vê obrigada a buscar soluções, que de forma integral, nos garantam esse trabalho de cunho tático.

·         Como já mencionamos nos objetivos, as crianças muito pequenas têm uma flexibilidade e elasticidade altamente desenvolvidas, que à medida que crescem e ultrapassam as categorias vão perdendo gradualmente. Essa perda progressiva será mais acentuada se o trabalho de flexibilidade não for incorporado em nossas sessões. Por isso, pensamos que, embora não seja estritamente necessário a nível fisiológico realizar exercícios de flexibilização nessas idades, eles podem fazer sentido do ponto de vista de criação de hábitos, dinâmicas de trabalho e execução de exercícios para idades mais avançadas.

DESENVOLVIMENTO (SESSÃO)

Objetivos:

  • Melhorar e aperfeiçoar os diferentes aspectos técnicos individuais e coletivos do jogo (dirigir, passar, controlar, atirar etc.).
  • Desenvolver habilidades perceptivo-motoras básicas e decisivas no futebol, tendo como ferramenta tarefas específicas e globais.
  • Crie hábitos de comportamento individuais e coletivos dentro da estrutura da sessão.
  • Criar um ambiente lúdico no qual o jovem jogador de futebol possa desenvolver suas habilidades da forma mais divertida possível e com uma ampla base sócio afetiva.

Conteúdos:

  • Conduzir, passar, driblar, chutar, habilidade, finta. (Técnico)
  • Esquema corporal, coordenação, propriocepção, equilíbrio. (Perceptivo-motor)
  • Tomada de decisão (psicológica).

Material:

  • Cones chinês
  • Cones triangulares
  • Bolas
  • Coletes
  • Estacas
  • Escadas de coordenação.

Tempo: 75-90 min

Espaço: campo de futebol 8

Número de jogadores: 12-15

PARTE INICIAL DA SESSÃO (AQUECIMENTO)

• Trabalho conjunto de mobilidade e coordenação estática (grupo em círculo). 5

• Mobilidade articular e trabalho coordenativo dinâmico livre (área de futebol 8) 5´

• Alongamento + hidratação

PARTE PRINCIPAL DA SESSÃO

Tarefa 1: Movimentos da bola e variantes técnicas individuais

Cada um dos jogadores de futebol será colocado com uma bola em um dos cones (ver gráfico). Ele conduz a bola até o cone chinês colocado na frente (8-10 metros) de acordo com as variantes técnicas que indicamos:

  • Variante 1: Condução com o pé interno (para frente / para trás)
  • Variante 2: Condução com a sola do pé (corrida lateral / duas pernas)
  • Variante 3: movimento do piso (1 perna / 2 pernas alternadas)
  • Variante 4: Condução com interior (para frente) + solo (para trás)
  • Variante 5: movimento arrastando com peito do pé + chão da bola (direita / esquerda) 

Número de jogadores: 12-14

Espaço: 8-10 metros (cone a cone)

Material: cones chineses, bolas

Tempo: 2x 7,5´ (15´)

* Pediremos aos nossos jogadores que usem as duas pernas na execução do exercício, a fim de incentivá-los a falhar com uma perna menos habilidosa e perder o medo de usá-la.



Tarefa 2: circuito técnico-coordenativo com finalização

Desenhamos um circuito, no qual o jogador deverá passar por diversos postos (6) no qual deverá executar de forma eficaz e coordenada uma série de elementos técnico-coordenativos específicos do futebol.

  • Posta 1: condução da perna direita (5m) + condução da perna esquerda (5m) + trote com a bola
  • Posta 2: auto passe + salto coordenativo de espadas (5m) + trote com a bola
  • Posta 3: slalom com bola em espaços variáveis ​​(8m)
  • Posta 4: habilidade com a bola entre as espadas (8m) + trote com a bola
  • Posta 5: auto passe + coordenativa na escada + trote com bola
  • Posta 6: driblar à direita + driblar à esquerda + chute + zona corretiva * + trote com início de bola.

* Zona Corretiva: introduzimos no final do mesmo circuito uma zona corretiva na qual cada um dos jogadores trabalhará por um período muito curto de tempo, alguns dos erros que ele mesmo ou o técnico percebe que comete ao longo de cada um dos postos do circuito. Esta área tem um sentido corretivo e ao mesmo tempo um objetivo psicológico, se valorizamos e valorizamos a importância que o próprio jogador tem para perceber os erros que está cometendo nas suas execuções.

Número de jogadores: 12-14

Espaço: 40x30 (será variável dependendo das características de nossos jogadores e grupo)

Material: cones triangulares, cones chineses, lanças grandes, lanças pequenas, escada, bolas.

Tempo: 3x5´ (15 min)

* Embora os goleiros trabalhem especificamente no gol durante a execução do circuito, seria conveniente incluirmos um deles nele.



Tarefa 3: partida condicionada. Superfícies de contato 6x6 + P.

Planejamos uma partida em um campo de futebol 8, no qual durante as diferentes fases do jogo condicionamos os gestos técnicos do jogador e as diferentes superfícies de contato a serem utilizadas.

  • Contingência 1: perna hábil (3´)
  • Contingência 2: perna ruim (3´)
  • Contingência 3: controle do pé interno / passe interno do pé (3´)
  • Contingência 4: controle do único pé / passagem do dedo do pé (3 ')
  • Contingência 5: controle externo do peito do pé / passe interno do peito do pé (3 ')
  • Contingência 6: Livre (5´)

Número de jogadores: 14

Espaço: campo de futebol-8 (será variável dependendo das características dos nossos jogadores e do grupo)

Material: coletes (azul, vermelho), bolas.

Tempo: 20´



PARTE FINAL DA SESSÃO 

• Alongamentos 5 '

• Conversa fiada e avaliação do treinamento 3´

CONCLUSÃO:

Nos próximos treinos, continuaremos abordando as sessões correspondentes ao microciclo técnico-coordenativo que estamos desenvolvendo. Em nossa opinião, acreditamos que devem ser microciclos e conteúdos transversais ao planejamento da preparação e do treino dos nossos joguetes. Quanto mais rico for o nosso jogador de futebol, motoricamente falando, melhor ele se adaptará a cada uma das exigências técnico-táticas, físicas e psicológicas do futebol e em geral do esporte.

 

Professor Ocimar Esteves

(69) 99226.5723


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