A importância da aplicação dos principios...
A importância da aplicação dos princípios do treinamento Desportivo no Futebol
de Base e Profissional.
A constante melhora e equilíbrio dos atributos
físicos são fundamentais na preparação física e técnica de um atleta
Prof. Esp. Marcio Fernandes*
Introdução
O treinamento desportivo tem como objetivo
principal a melhora do desempenho físico, motor e esportivo dos indivíduos
praticantes de algum tipo de modalidade esportiva, seja ela uma simples corrida
ou a prática de um esporte com exigências motoras mais complexas, como é o caso
do futebol.
O treinamento desportivo está diretamente ligado ao
aumento do rendimento e desempenho dos atletas, dentro de suas modalidades
específicas.
O futebol é por si só, um esporte intermitente e tem exigências físicas das mais variadas e complexas, pois engloba um grande conjunto de valências motoras. Dentre estas valências, podem-se destacar os índices de força, resistência, velocidade e coordenação neuromuscular dos indivíduos. A constante melhora e equilíbrio de todos estes atributos físicos é o ponto fundamental na preparação física e técnica de um atleta.
O futebol é por si só, um esporte intermitente e tem exigências físicas das mais variadas e complexas, pois engloba um grande conjunto de valências motoras. Dentre estas valências, podem-se destacar os índices de força, resistência, velocidade e coordenação neuromuscular dos indivíduos. A constante melhora e equilíbrio de todos estes atributos físicos é o ponto fundamental na preparação física e técnica de um atleta.
Por isso, a aplicação correta dos princípios do
treinamento esportivo é fundamental neste esporte e esta diretamente
correlacionada com o aumento do desempenho individual do atleta.
O futebol profissional tem seu alicerce maior nas categorias de base, onde os atletas dão os primeiros passos na sua formação atlética. Nesta etapa, acontece a iniciação esportiva dos garotos e garotas. A formação técnica, tática, cognitiva e psicológica é iniciada, transformando-os em atletas aptos para realizarem suas atividades nos mais altos níveis de intensidade e exigências condizentes com o esporte.
O futebol profissional tem seu alicerce maior nas categorias de base, onde os atletas dão os primeiros passos na sua formação atlética. Nesta etapa, acontece a iniciação esportiva dos garotos e garotas. A formação técnica, tática, cognitiva e psicológica é iniciada, transformando-os em atletas aptos para realizarem suas atividades nos mais altos níveis de intensidade e exigências condizentes com o esporte.
Este é um período de maturação fisiológica, no qual
diversas mudanças ocorrem no corpo dos jovens atletas. Este período nada mais é
que um período que determina a velocidade e o momento do crescimento e que pode
se diferenciar de indivíduo para indivíduo. Neste momento, as taxas hormonais
se elevam, as epífises ósseas vão sendo formadas e, por isso, nesta época a
aplicação correta dos princípios do treinamento esportivo é necessária, pois do
contrário o desenvolvido pode ser severamente comprometido.
A principal ferramenta utilizada pelos educadores
físicos para detectar os períodos de maturação é a observação de alguns
indicadores. Os principais indicadores do período de maturação são:
• Sexuais - Pilosidade púbica; (aparecimento e
crescimento dos pelos pubianos), desenvolvimento genital e crescimento das
mamas (mulheres).
• Somáticos – Idade no pico de velocidade de
crescimento (correlação entre idade e centímetros por ano), % de estatura
predita (correlação entre peso/altura por ano.
• Esqueléticos – Desenvolvimento das epífises
ósseas;
Com a mudança de categoria devido à idade, os níveis
de cargas, a relação volume x intensidade e tipos de treinamentos devem ser
alterados, utilizando-se metodologias condizentes com cada faixa etária
trabalhada.
Podemos citar como um bom exemplo dessas alterações
as sessões de treinamento de força: na categoria infantil (± 15 anos), o treino
de força (considera-se todas as variações desta valência), não pode ter a mesma
intensidade que um treinamento de força da categoria juvenil (± 17 anos), pois
por mais que as idades apresentem apenas 2 anos de diferença.
Nesta faixa etária este período de tempo pode ser
muito significativo no pico de maturação do jovem, tanto a níveis de formação
óssea, quanto muscular, pois é justamente neste período que acontece o chamado
popularmente "estirão" de crescimento, momento onde o crescimento
ósseo e muscular pode acontecer com grande velocidade.
Já nas categorias maiores, juniores (±18 a 20 anos)
e profissionais, as cargas e sessões de treinamento já são bem diferenciadas e
específicas, pois neste período a maturação já esta em um estágio bem
adiantando, praticamente finalizada, alterando-se pouca coisa. Consequentemente
as cargas e volumes de treinamento podem ser implantados com maior intensidade
e complexidade. Deve-se priorizar o aperfeiçoamento e as especificidades das
valências físicas.
Como os jovens estão sendo "lançado” na
categoria profissional cada vez mais precocemente, o acompanhamento do
desenvolvimento morfológico deve ser minucioso por parte de treinadores,
educadores físicos e fisiologistas, pois a "queima" de etapas
futuramente poderá ter consequências desastrosas na formação do atleta.
Definições
Para que haja um desenvolvimento e melhora no desempenho esportivo e físico dos atletas, é importante e necessário que os educadores físicos utilizem a aplicação dos princípios que regem o treinamento desportivo nas suas sessões de treinamento. Estes princípios nada mais são que regras que devem ser utilizadas como instrumento de ajuda e auxílio, na obtenção de melhores resultados durante todo o período de vida atlética dos praticantes de atividades físicas intensas.
Para que haja um desenvolvimento e melhora no desempenho esportivo e físico dos atletas, é importante e necessário que os educadores físicos utilizem a aplicação dos princípios que regem o treinamento desportivo nas suas sessões de treinamento. Estes princípios nada mais são que regras que devem ser utilizadas como instrumento de ajuda e auxílio, na obtenção de melhores resultados durante todo o período de vida atlética dos praticantes de atividades físicas intensas.
(Mc. ARDLE, KATCH, KATCH 1996) Citam quatro
princípios aplicados no treinamento desportivo:
- PRINCÍPIO DE SOBRECARGA;
- PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE;
- PRINCÍPIO DAS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS;
- PRINCÍPIO DE REVERSIBILIDADE;
- PRINCÍPIO DA ESPECIFICIDADE;
- PRINCÍPIO DAS DIFERENÇAS INDIVIDUAIS;
- PRINCÍPIO DE REVERSIBILIDADE;
(Mc. ARDLE, KATCH, KATCH 1996), definem os
princípios:
Princípio da sobrecarga: "Para ampliar o
aprimoramento fisiológico e induzir uma resposta ao treinamento, deverá ser
aplicada uma sobrecarga com o exercício que seja específico para a
atividade". Ao exercitar-se em um nível de intensidade mais alto que
aquele adotado normalmente, consegue-se induzir uma série de adaptações ao
treinamento altamente específicas e que permitem ao organismo funcionar com
maior eficiência.
A sobrecarga apropriada para cada pessoa poderá ser
conseguida pela manipulação de combinações de frequências, intensidade,
modalidade e duração do treinamento, com uma consideração específica para
modalidade do exercício.
Principio da Especificidade: quando aplicada ao
treinamento, a especificidade se refere a adaptações nos sistemas metabólicos e
fisiológicos, dependendo do tipo de sobrecarga imposta. Um estresse com
exercícios específicos, como um treinamento de força e potência, induz
adaptações específicas, que nesse caso são adaptações de força e potência,
enquanto um exercício aeróbico ou cardiovascular específico produz adaptações
específicas ao treinamento de endurance, com intercambio apenas limitado dos
benefícios derivados entre o treinamento muscular de força e aeróbico.
"Para uma maior simplicidade, o exercício específico desencadeia
adaptações específicas que criam efeitos específicos do treinamento".
Princípios das diferenças individuais: Muitos
fatores para a variação individual na resposta ao treinamento. Por exemplo, é
importante o nível de aptidão relativa da pessoa no início do treinamento. É
irreal esperar que pessoas diferentes que iniciam juntas um programa de
exercícios estejam no mesmo "estado" de treinamento ao mesmo tempo.
Consequentemente, é contra produtivo insistir que
todos os atletas de uma mesma equipe treinem da mesma forma ou com o mesmo
ritmo relativo ou absoluto de trabalho. È igualmente irreal esperar que todos
os indivíduos respondam a um determinado estímulo de treinamento exatamente da
mesma forma. "Os benefícios do treinamento são aprimorados quando
programas são planejados de forma a atender as necessidades individuais e as
capacidades dos participantes".
Princípio da reversibilidade: O destreinamento se
processa com rapidez quando uma pessoa deixa de participar de um programa de
exercícios. Após apenas uma ou duas semanas de destreinamento, podem ocorrer
reduções significativas na capacidade tanto metabólicas, quanto de trabalho, e
muitos dos aprimoramentos induzidos pelo treinamento são perdidos dentro de
alguns meses. "O ponto importante é que, até mesmo entre atletas altamente
treinados, os efeitos benéficos de muitos anos de treinamento prévio com
exercícios são transitórios e reversíveis".
(Tubino, 1984) cita cinco como os princípios do
treinamento esportivo:
- Princípio da Individualidade Biológica;
- Princípio da adaptação;
- Princípio da sobrecarga;
- Princípio da continuidade;
- Princípio da interdependência volume-intensidade;
- Princípio da adaptação;
- Princípio da sobrecarga;
- Princípio da continuidade;
- Princípio da interdependência volume-intensidade;
Princípio da Individualidade Biológica:
"Chama-se Individualidade biológica o fenômeno que explica a variabilidade
entre elementos da mesma espécie, o que faz que com que não existam pessoas
iguais entre si." (TUBINO, 1984, p.100).
Princípio da adaptação: De acordo com Weineck, a
adaptação é a lei mais universal e importante da vida. Adaptações biológicas
apresentam-se como mudanças funcionais e estruturais em quase todos os
sistemas. Sob "adaptações biológicas no esporte", entendem-se as
alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que aparecem em decorrência das
atividades psicofísicas e esportivas (WEINECK, 1991).
Princípio da sobrecarga: De acordo com Dantas:
"Imediatamente após a aplicação de uma carga de trabalho, há uma
recuperação do organismo, visando restabelecer a homeostase" (DANTAS,
1995, p.43).
Princípio da Continuidade: Para o organismo se
adaptar, necessita obrigatoriamente de continuidade, pois as adaptações
fisiológicas necessitam de tempo para acontecerem.
Princípio da Interdependência Volume-Intensidade:
Aumentando-se as cargas de treinamento conseqüentemente aumentam-se os índices
de desempenho, pois existe uma relação entre volume x intensidade de
treinamento.
Conclusão
Visando sempre a obtenção de melhores resultados
nas suas performances esportivas todos os atletas, em especial atletas de
futebol, através de seus treinadores, educadores físicos e fisiologistas
utilizam cada vez mais os princípios do treinamento desportivo, buscando novas
técnicas e metodologias de treinamento.
O constante estudo, aprendizado e atualização do
treinamento são fundamentais para o sucesso de atletas e equipes de futebol ou
outros esportes coletivos ou individuais, independente da categoria envolvida.
Na sua maioria os princípios estão co-relacionados, existindo assim a
necessidade do desenvolvimento de todos eles, pois um levará a otimização do
outro.
A busca pelo equilíbrio deve ser sempre o principal
objetivo a ser alcançado.
Referências bibliográficas
McARDLE, Willian; D.KATCH, Frank; I, KATCH; Victor
L. Fisiologia do Exercício: Energia, Nutrição e Desempenho Humano. Rio de
Janeiro: Guanabara, 1998.
TUBINO, Manoel José Gomes. Metodologia científica
do treinamento desportivo. 3ª edição. São Paulo: Ibrasa, 1984.
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