Defesa à Zona: as Linhas Elásticas e a “Balanço” Flutuação.
Defesa à Zona: as Linhas Elásticas e a “Balanço” Flutuação.
Rodrigo Azevedo
Leitão
Dia desses, após uma palestra em que fui falar sobre os aspectos táticos
do treinar e do jogar “zonal”, pediram-me para falar um pouco sobre a
“flutuação das linhas zonais elásticas”. Como o tema rendeu boas discussões, e
como muitos dos ouvintes não tinham ideia do que se tratava, resolvi escrever
um pouco sobre o assunto na coluna de hoje.
Primeiro vamos recapitular o conceito de flutuação (ou balanço). Esse
conceito diz respeito à dinâmica de ocupação do espaço do campo de jogo por uma
equipe, quando ela se move “horizontalmente”, ou seja, de lateral a lateral (em
largura).
Quando uma equipe adota um jogar zonal, passa a ter como principal
referência (mas não a única) ao se defender, a movimentação da bola. Isso quer
dizer que de acordo com a movimentação da bola, os jogadores devem manter as
estruturas e desenhos que caracterizam a equipe.
Então se um time se organiza zonalmente no 1-4-3-3, com um triângulo no
meio campo, uma linha de quatro jogadores na defesa e de três no ataque, ao
flutuar de um lado para o outro, não poderá (a menos que a referência
posicional seja outra) perder o desenho que caracteriza suas linhas.
O mesmo vale para qualquer esquema tático ou qualquer estrutura
geométrica definida para uma equipe.
Pois bem. Quando uma equipe constitui, por exemplo, na composição do seu
meio campo, uma linha de quatro jogadores, esta deve ser mantida, com as
devidas equidistâncias entre seus componentes, em todo e qualquer movimento de
flutuação.
Algumas equipes, porém, para manter o equilíbrio horizontal (a melhor
ocupação dos espaços em largura) e evitar bolas “viradas” ou “invertidas” de
uma faixa lateral para a outra do campo de jogo, pelo adversário, passaram
adotar “linhas elásticas” em suas flutuações.
Elas receberam esse nome porque a distância entre o jogador da linha que
está no lado oposto da bola, e o seu companheiro mais próximo (companheiro de
linha), não respeita a mesma dinâmica de posicionamento dos demais jogadores.
Enquanto todos flutuam mantendo iguais (ou aproximadamente iguais) os espaços
entre eles, o jogador que está no lado oposto da bola deixa a distância
aumentar um pouco mais, com relação ao jogador da linha que está mais próximo
dele.
Obviamente que outras soluções foram e vêm sendo empregada para manter a
flutuação em linha, sem necessidade de se fazer a linha elástica para impedir a
“inversão” de bolas de um lado para o outro do campo de jogo.
Essa, porém, foi uma das soluções mais empregadas, especialmente por não
necessitar de grandes mudanças a partir das dinâmicas iniciais das equipes na
flutuação das linhas.
Por hoje é isso…
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