Professor perde 20% da Aula...
Professor no Brasil perde
20% da aula com bagunça na classe, diz estudo.
Pesquisa da OCDE aponta que 60% dos docentes têm
alunos-problemas.
Brasil lidera 'ranking' de intimidação verbal entre alunos e professores.
Brasil lidera 'ranking' de intimidação verbal entre alunos e professores.
Uma
pesquisa feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE) aponta que no Brasil o professor perde 20% do tempo de aula acalmando os
alunos e colocando a classe em ordem para poder ensinar. Além disso, o estudo
aponta que 60% dos professores brasileiros ouvidos têm mais de 10% de
alunos-problemas em sua sala de aula, o maior índice entre os países
participantes do estudo.
A
pesquisa Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Teaching and
Learning Internacional Survey, Talis, na sigla em inglês) ouviu professores de
33 países.
O estudo
aponta que no Brasil o professor perde 20% do tempo para por a classe em ordem
e acabar com a bagunça, 13% do tempo resolvendo problemas burocráticos e 67%
dando conteúdo. É o país que onde o professor mais perde tempo de aula. A média
dos países da OCDE é de 13% do tempo para acabar com a bagunça.
O estudo
perguntou aos professores se eles têm mais ou menos de 10% de alunos
problemáticos na classe. O Brasil teve 60% dos docentes apontando terem mais de
10% de estudantes problemáticos. Chile, México e Estados Unidos aparecem
depois. Na outra ponta, Dinamarca, Croácia, Noruega e Japão têm menos relatos
de professores sobre alunos com mau comportamento.
Os dados
foram levantados em 2013 com alunos do ensino fundamental e ensino médio (alunos
de 11 a 16 anos), mas um relatório sobre a questão de comportamento dos alunos
foi divulgado este ano. No Brasil, 14.291 professores e 1.057 diretores de
1.070 escolas completaram o questionário da pequisa.
A
pesquisa Talis coleta dados sobre o ambiente de aprendizagem e as condições de
trabalho dos professores nas escolas de todo o mundo. O objetivo é fornecer
informações que possam ser comparadas com outros países para que se defina
políticas para o desenvolvimento da educação.
VEJA
ALGUNS DADOS DA PESQUISA:
Tempo
para por a classe em ordem
No Brasil o professor perde 20% do tempo para acalmar os alunos, dar broncas e colocar a classe em ordem. A média da OCDE é de 13%.
Aluno que chega atrasado
Este não chega a ser um grande problema em comparação a outros. O índice no Brasil é de 51,4%, menor que a média dos países, de 51,8%. Países mais desenvolvidos têm alunos que atrasam mais, como Finlândia (86,5%), Suécia (78,4% Holanda (75,7%), Estados Unidos (73,3%) e França (61,6%).
No Brasil o professor perde 20% do tempo para acalmar os alunos, dar broncas e colocar a classe em ordem. A média da OCDE é de 13%.
Aluno que chega atrasado
Este não chega a ser um grande problema em comparação a outros. O índice no Brasil é de 51,4%, menor que a média dos países, de 51,8%. Países mais desenvolvidos têm alunos que atrasam mais, como Finlândia (86,5%), Suécia (78,4% Holanda (75,7%), Estados Unidos (73,3%) e França (61,6%).
Falta às
aulas
Também o Brasil está na média, com 38,4%. Suécia (67,2%), Finlândia (64%) e Canadá (61,8) têm números maiores. O menor índice é da República Checa (5,7%).
Também o Brasil está na média, com 38,4%. Suécia (67,2%), Finlândia (64%) e Canadá (61,8) têm números maiores. O menor índice é da República Checa (5,7%).
Vandalismo
e roubo
O Brasil está em segundo lugar neste item, com 11,8% dos relatos dos professores, atrás do México, líder com 13,2% e à frente da Malásia, com 10,8%.
O Brasil está em segundo lugar neste item, com 11,8% dos relatos dos professores, atrás do México, líder com 13,2% e à frente da Malásia, com 10,8%.
Intimidação
verbal entre alunos
O Brasil lidera a pesquisa com 34,4% dos relatos de professores, seguido pela Suécia (30,7%) e Bélgica (30,7%).
O Brasil lidera a pesquisa com 34,4% dos relatos de professores, seguido pela Suécia (30,7%) e Bélgica (30,7%).
Ferimentos
em briga de alunos
O maior índice é do México (10,8%), seguido por Chipre (7,2%) e Finlândia (7%). O Brasil aparece em quarto com 6,7%.
O maior índice é do México (10,8%), seguido por Chipre (7,2%) e Finlândia (7%). O Brasil aparece em quarto com 6,7%.
Intimidação
verbal de professores
O Brasil é primeiro lugar com 12,5%. Em seguida vem a Estônia (11%).
O Brasil é primeiro lugar com 12,5%. Em seguida vem a Estônia (11%).
Uso e
posse de drogas e/ou álcool
Nos relatos, o Brasil tem o mais índice (6,9%), seguido pelo Canadá (6%).
Nos relatos, o Brasil tem o mais índice (6,9%), seguido pelo Canadá (6%).
Formação
do professor
A pesquisadora Gabriela Moriconi, da Fundação Carlos Chagas, participou do levantamento. Ela também fez pesquisas em Ontário, no Canadá, e na Inglaterra, e percebeu que a formação dos professores é melhor nestes países.
A pesquisadora Gabriela Moriconi, da Fundação Carlos Chagas, participou do levantamento. Ela também fez pesquisas em Ontário, no Canadá, e na Inglaterra, e percebeu que a formação dos professores é melhor nestes países.
Ainda de
acordo com o estudo, no Brasil, mais de 90% dos professores dos anos finais do
ensino fundamental concluíram o ensino superior, mas cerca de 25% não fizeram
curso de formação de professores. Em comparação, no Chile aproximadamente 9
entre 10 professores concluíram tais cursos, assim como quase todos os
professores na Austrália e em Alberta (Canadá).
"No
Brasil, por problemas de salários e outras atividades, se coloca um professor
que não foi preparado para dar aquela disciplina. Além disso, a média no Brasil
é de 31 alunos por classe, enquanto nos outros países é de 24 alunos",
destaca Gabriela.
Segundo
ela, é preciso criar um sistema de planejamento de políticas de apoio às
escolas e aos professores para lidar com alunos que estão se desenvolvendo.
"Todo mundo entende que na pré-adolescência os estudantes testam seus
limites e estão aprendendo a ser autônomos", afirma a pesquisadora.
"Antes de acharmos que nosso aluno é preciso ver que em outros países os
estudantes têm muito apoio que no nosso não tem."
Em seu
relatório, a pesquisadora conclui que "a construção de uma cultura escolar
positiva pode ser uma forma de reduzir problemas de comportamento e absentismo,
e, portanto, melhorar as condições de aprendizagem dos alunos". "Uma
maneira de criar um ambiente mais positivo é envolver os alunos, pais e
professores nas decisões da escola. Professores que trabalham em escolas com um
maior nível de participação entre as partes interessadas têm menos relatos de
alunos com problemas de comportamento em suas salas de aula."
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