Exercício é como remédio



Estimular a mudança de hábitos dos pacientes é foco de médicos das mais variadas especialidades.

A prática de atividades físicas e a adoção de um estilo de vida saudável pode adicionar anos à vida das pessoas. Dr. Antonio Pacileo, nutrólogo, ginecologista e especialista em patologia clínica, da
Clínica Healthy, da capital paulista, diz que “exercício é como remédio”, justamente porque tem a capacidade de prevenir doenças e melhorar a condição de outras.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que as doenças que acometem os indivíduos são relacionadas a cinco causas: dieta inadequada, inatividade física, excesso de gordura saturada, doenças ocupacionais e contaminação ambiental, Pacileo: “80% dos problemas cardíacos têm relação com esses fatores, assim como 90% dos casos de diabetes e 30% dos diagnósticos de câncer”.

Não é só estética
A maioria dos brasileiros que procura uma academia ou um personal trainer para malhar, pensa, prioritariamente, na questão estética e muitos profissionais de educação física acabam estimulando essa busca pela beleza. O correto, todavia, seria conscientizar esses alunos da importância do exercício para a saúde, o bem-estar e a qualidade de vida.

 “Quando você se esforça para que um paciente mude seu estilo de vida, ele previne doenças. 95% dos casos de câncer de mama estão conectados a esses hábitos. Apenas 5% são genéticos. Quando você fala em prevenção primária, em adequar o estilo de vida daquela pessoa e sua composição corporal, então a atividade física age como remédio”, enfatiza o médico.

Ser saudável x ter saúde
 “O conceito de saúde é diferente do conceito de saudável. Uma pessoa com 20 kg de gordura a mais, que dorme mal, não tem vontade de fazer nada e vive cansada não pode ser saudável, mesmo que você examine e ela não apresente nenhuma doença aparente. Ela aumenta o risco relativo de ter uma doença pelas causas citadas pela OMS”, explica Pacileo.

O médico destaca as diferenças entre as academias brasileiras e estrangeiras, lembrando que lá fora é comum ver pessoas acima de 60 anos praticando atividade física dentro desses espaços, enquanto aqui, pode-se contar nos dedos aqueles que buscam a saúde. Além disso, “é frequente, mas não deveria ser normal vermos um homem de 60 anos tomar remédios e ser sedentário, já que houve o aumento da expectativa de vida. Se ele praticasse atividade física e tivesse cuidados com hábitos de vida, poderia reduzir os riscos relativos de doença”.

E não precisa muito exercício. Como tudo na vida, a prática de atividade física também precisa de equilíbrio: “não precisa fazer tudo de uma vez só. Os atletas de alta performance não são sinônimo de pessoas saudáveis. O ideal é fazer exercício controlado, no mínimo 45 minutos por dia, com avaliação médica prévia para saber qual é a zona aura, depois de fazer exames como espirometria e ecocardiograma e com a supervisão de um profissional de educação física”.

Questão cultural
Mudar hábitos é mais difícil do que aparenta. Afinal, além de fazer a pessoa sair da sua zona de conforto, a prevenção não costuma ser tão presente na nossa cultura. Pacileo lembra que o uso crônico da gordura saturada da carne vermelha é prejudicial, mas as pessoas, quando recebem um aumento de salário passam a fazer churrasco todos os dias. “A gordura saturada tem que ser ingerida eventualmente e não diariamente, mas esse é um problema cultural que acontece em todas as classes sociais: é quase uma questão de status.”

O papel do médico, segundo Pacileo, é orientar o paciente. “O melhor conselho é ser o exemplo”, diz, e depois, estimulá-lo a adotar mudanças de vida. Todos querem uma fórmula mágica que resolva os problemas de forma rápida e prática, segundo ele, porque mudar o hábito requer tempo, esforço e gasto energético e nem todo mundo se dispõe a essas alterações em busca da saúde de doenças que não têm cura, como a diabetes e a hipertensão, mas que têm controle.

Já o trabalho multidisciplinar, segundo Pacileo, é a melhor indicação para a prevenção de doenças, incluindo o médico, o profissional de educação física, o nutricionista e até o psicólogo se assim for preciso.

Por Jornalismo Portal EF.

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