Treinador Europeu x Treinador Brasileiro:
Entendendo
as diferenças
Formas de
trabalho e mentalidade talvez expliquem a razão pela quais técnicos são tão
diferentes.
Nicolau
Trevisani Frota
Ser
treinador de futebol no Brasil e na Europa. Um sonho que, apesar de muito comum
entre os profissionais nativos (eu me incluo neste grupo), é muito difícil de
realizar. Mas por que um país que possui tanta facilidade para expandir atletas
para o exterior tem tanta dificuldade para fazer o mesmo com seus treinadores
para a Europa e recebê-los aqui?
Ao
contrário de muitos, não acho que a resposta desta pergunta esteja na falta de
qualidade dos brasileiros ou somente na língua. Acredito que a língua pode até
ser um fator, mas as grandes dificuldades deste intercâmbio estão na
mentalidade e nas formas de trabalho dos dois ambientes.
No
Brasil, o treinador é uma figura muito instável dentro do cenário do futebol.
Em um esporte ainda “pouco evoluído” (embora esteja melhorando) em questões
administrativas, o técnico é contratado “apenas “para cuidar do time e, logo em
suas primeiras derrotas, é dispensado, ficando desempregado, o que geralmente
cria uma alta pressão por resultados e impede o profissional de deixar um
legado ao seu clube.
Em
contrapartida, quando ocorre o resultado positivo aqui, o treinador é bem mais
valorizado do que no Velho Continente.
Na
Europa, nos trabalhos de alto nível, o treinador é encarado como uma figura
mais importante e em geral é escolhido de acordo com o projeto do clube, o que
gera maior estabilidade para trabalhar, e mais condições para realizar um
trabalho e deixar sua marca no clube.
No
exterior, existe uma maior preocupação com categorias de base, e na maioria dos
casos o treinador do profissional é diferentemente do Brasil: ele é o grande
responsável por fazer a integração de atletas com o departamento profissional.
Esta
integração ocorre com uma filosofia de trabalho a ser seguida por ambos, que é
definida pelo treinador do time principal.
Não
estou querendo dizer que é melhor trabalhar em um ou outro, mas apenas mostrar
as diferenças entre ambos – o que, para mim, é o que dificulta este
intercâmbio.
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